terça-feira, 27 de outubro de 2009

9º Cap. A discovery, a mother, and the cold

Quando ficamos sabendo que o Daniel havia mudado para a escola em que o Ariel estudava, todos ficaram tensos, e sempre que o Felipe podia ele dizia: “Ariel, não quero saber de você perto dele, se ele fizer uma coisinha, qualquer coisinha você me avisa.”
Outra pessoa que ficou realmente muito preocupado foi o Lucas: “Mano, se esse mlk tocar em um fiozinho do cabelo do meu bb eu mato ele Yan, eu juro.”
E o ano estava terminando, e o Felipe ainda não fazia idéia que o Lucas e o primo dele estavam juntos. Mal sabíamos que ele estava prestes a descobrir...

[sábado 13:30 pm minha casa]

_Então Mari, aí você pega o “x” e...
[telefone tocando]
_Alô?
_eae
_ooi Lucas

_blza?
_aham e contigo?
_suave, ow queria pedir um favor
_pode falar!
_tem como você falar com o Ari? Eu vou sair com ele, só que eu não posso ligar na casa dele...
_Bom, posso sim, mas pra quando? Onde?
_Cara, se você conseguir falar com ele, pra hoje à noite...
_Hum, é pode ser sim, até porque eu e o Fê vamos sair hoje, aí ele não fica de marcação com o Ari.
_Beleza, eu vou contar pra você, mas nem fala ein. Hoje eu vou pedir ele em namoro, com aliança e essas paradas todas aí.
_Nossa,
 pode deixar então, eu falo com ele agora!
_Beleza, que horas você e o Felipe vão sair?
_Umas 20:00
_Então pra não ter erro passo na casa dele umas 20:45, 21:00
_Ta bom
(:
_Vlw, te mais, beijão.
_Té mais Luc 


Contei para a Mari é claro. Liguei para o Ari, e marquei tudo com ele. E hoje eu e o Felipe sairíamos mais para conversar mesmo, fazia tempo que não o fazíamos. Nada de amassos, beijos exagerados e sexo.
O relógio marcava exatamente 19:00 em meu quarto, deitado na cama, olhando para o teto, ao girar o braço, bati a mão em uma miniatura da torre Eiffel. Souvenir de uma viajem que minha mãe fez. E a pega-la no chão, sentei-me na cama e pensei o quanto algumas pessoas tem sorte em ter uma mãe presente. Eu queria tanto contar as coisas pra ela, conversar, eu preferiria ser pobre e ter uma mãe que se preocupa de verdade com o filho do que uma mãe rica, que quando o filho some, só pensa em suas jóias e diamantes...Chorei baixinho no meu quarto. O vento batia forte na janela, e ao lado do meu abajur havia um pedaço de papel, que por causa do vento, o fez voar para fora do quarto. Esses momentos acontecem às vezes, eu fiquei ali pensando como seria a reação dela... “Ah filho, eu não me importo com sua sexualidade, se você esta feliz, eu estou feliz” ou talvez... “Seu mlk maldito, eu te dou tudo, e é assim que você me agradece?” mas as duas eram melhores do que essa “Sério? Ele tem dinheiro?”
Quando o relógio marcou 19:30 fui tomar banho. Saí como sempre um pouco atrasado. Meu celular havia ficado no quarto, e tinham aproximadamente sete ligações perdidas do meu namorado. Quando eu ia ligar para ele, molhando o tapete do meu quarto, enrolado na toalha, ouço a buzina do corsa vermelho dele. Me sequei o mais rápido que consigo. Coloquei a cueca, calça, desodorante, camiseta, meia, tênis, perfume, corrente, Ufa!
Quando eu desci, eu o vi, do lado de fora do carro, camiseta preta com uns detalhes vermelhos, calça jeans larga segurada por um cinto, tênis preto com uns detalhes em branco, cabelo arrepiadinho, e com o cheiro que só ele tem. Entramos no carro e ele dirigiu até o shopping.

[Dentro do carro Felipe dirigindo]

_Fê, sabia que você atualmente é a coisa mais importante da minha vida?
_Sabia que eu adoro quando você fala essas coisas?
_Como assim? Eu sempre falo!

[Ele riu]
_Faala, tipo “Felipe seu fdp, te amo, e é bom você falar que me ama”
_Ah...nem é tão assim vai.

[É sim]
_Ah, mas você tem os seus momentos
_Nossa Felipe, quem vê pensa que eu sou um monstro né
_Só se for o monstro mais lindo do mundo!
_Você que sempre me deixa sem graça
.
_HAHA adoro te deixar sem graça, você fica todo vermelhinho
_Não tem graça ta!?


Eu adorava quando conversávamos assim, porque eu sentia, que antes dele ser meu namorado, ele era meu amigo! E a cada segundo que eu passava com ele, se é que é possível, eu me apaixonava mais e mais por ele, cheguei a um ponto que eu nunca seria feliz com outra pessoa que não ele. Quando chegamos ao shopping, nada de filmes, nada de comida da praça de alimentação. Compramos dois sorvetes, e ficamos andando e conversando. Em um momento em que eu estava distraído, olhando para a vitrine, o senti segurar minha mão. Tomei um susto, quero dizer, não demonstrávamos nada em publico. Mas aquele dia, desfilamos o shopping inteiro de mãos dadas. Aquilo estava bom de mais para ser verdade. Ao sair do shopping indo em direção ao carro. Percebi que o Felipe parou de andar, olhou fixo para um ponto, em frente, e fez uma cara de bravo que eu só havia visto quando ele brigava com o Lucas. Com medo de seguir o olhar dele, olhando pro chão, o ouvi exclamar:

_O que é que esse mlk esta fazendo com o Ariel aqui?

Ele disse isso baixo, mas estava evidente que estava preparando para avançar.
Olhei na direção em que ele estava olhando, e vi, Ari saindo do carro do Lucas. Ambos conversando. Felipe avançou quando viu que o Lucas olhou para um lado, olhou para o outro, segurou o Ari pelo braço e o beijou. Felipe investiu, mas eu tentei parar ele. Não era fácil, ele tinha um metro e oitenta e tralalá, e era mais forte que eu, magrinho e baixinho.

_Para Fê, por favor, deixa os dois.
_ME LARGA YAN
_Por favor eu te imploro, para!

[pensa rápido Yan]
_FELIPE, PARA, FUI EU QUEM AJUDEI ELES, DEIXA ELES EM PAZ!

Isso o atingiu como um raio. Ele parou de forçar, e os dois nos notaram.

_Você o que?
_É Felipe, poxa, deixa eles, o Lucas mudou, que nem você!
_...
_Deixa eles mew, e é bom você se acostumar com essa idéia, porque ele vai pedir seu primo em namoro.

_Namoral, eu não acredito que você sabia...
_Não só sabia, como fui eu quem ajudei eles, para com esse ciumes absurdo de absolutamente tudo. Hoje era nosso dia. 


Ele simplesmente virou, e entrou no carro. Eu olhei para os dois, que estavam estáticos, o Ariel pálido feito um defunto, e o Lucas boquiaberta.
Entrei no carro, ele começou a dirigir.

_Você sabe o quanto eu e o Lucas já aprontamos, eu não confio nele!
_Não cabe a você confiar ou não Felipe, você não é o pai do Ariel!
_Mas sou eu quem cuido dele porra!
_...
_Desculpa...mas você não sabe como é...
_É, não sei mesmo o que é ter alguém pra cuidar de mim...
_Mas eu cuido de você mew, você é minha vida Yan
_Não era isso que eu quis dizer...me leva pra casa

Encostei a cabeça no vidro, pensando na minha mãe...

_Desculpa ter falado assim com você mano, eu te amo
_Ta...só quero ir pra minha casa...

Eu não tinha forças para explicar pro Felipe, que eu não estava daquele jeito por causa do Lucas e do Ariel, ou da super proteção do Felipe para com o Ariel. O assunto era mais interno...minha mãe.
Quando ele parou o carro ele disse:

_Eu te ligo ta?
_Hoje não ta?
_Mas...fui eu? Eu deixo os dois, mas não faz isso comigo não!
_Não é com você não amor, mas não quero você enchendo os dois, quero que aceite!
_Ta bom...eu vou pensar...mas depois você me conta então? Se não eu não durmo de preocupação.
_Dorme sim Fê... Até amanhã...


Entrei na minha casa, fui até o quarto da minha mãe, e ela estava lá, dormindo com seu pijama de seda, eu tirei o tênis, e deitei perto dela, a abracei. Esperava que ela ao menos deixasse dormir la...

_Yan, vai pra sua cama, você já ta grandinho de mais pra isso! E me deixa dormir em paz.

Fui pra minha cama, triste...
Não consegui dormir, liguei pro Felipe, e expliquei. Ele queria que eu dormisse com ele para eu não me sentir sozinho...
Mas eu não precisava do meu namorado naquela hora, e sim da minha mãe...
A parte feliz dessa história toda? Ele aceitou os dois, Ariel estava felicíssimo, Lucas também. E eu percebi mais uma vez, o quanto meu namorado me amava.

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