terça-feira, 1 de dezembro de 2009

11º Cap. Protection


Mesmo depois de três meses, o clima continuava pesado, Felipe, vivia triste, e quase não saia mais e o Lucas... ele ficou o primeiro mês inteiro em casa sem sair pra nada, sem comer direito, sem dormir direito. E durante os dois meses que sucederam, ele não falava com ninguém, continuava a dormir e a se alimentar mal, Eu, Bella e Mari, continuávamos as nossas vidas, triste ao lembrar dele, e mais ainda por ver pessoas queridas sofrendo ainda.
Farto daquilo, lembrei que o Ari gostava muito de praia, então resolvi ir com o Feh a praia.

[Sábado – 13:00 pm Casa do Felipe]

_Vamos, vai ser bom.
_Para mew...não quero, não insisti.
_Mas Feh, vai ser melhor do que ficar pelos cantos ai sem dar sinal de vida.
_Yan, eu não quero ir, e me deixa em paz...
_Ele gostaria que você fosse....


Felipe me abraçou, e começou a chorar, eu não suportava meu namorado, forte, imponente, chorando daquele jeito, eu sempre me sentia protegido por ele, mas nesses momentos, era pra mim que ele sempre desabava. Tristezas a parte, eu gosto disso, digo, dele sentir que pode contar comigo...
Decidimos ir, fiz questão de ir só com ele, e o Lucas, o Lucas eu pretendia pensar em um plano com a Mari.

[Domingo – 8:00 am Dentro do Carro]

Acordamos cedo naquele dia, e descemos a serra. Mas dentro do carro, estava um silencio insuportável, eu tinha que pensar em um modo de pelo menos arrancar um sorriso dele...

_Feh eu esqueci de falar, a Mari levo um rola dentro do ônibus, maaano, eu ri de maais.
_Ela se machucou?

[sem mudar expressão]
_Não, graças a uma mulher que estava bem ali em baixo dela, se não fosse isso, ela tinha caído de cara na quina.
_Hum...

[Sem mudar a expressão]
_hehehe....e o seu pai Feh? Nunca mais me falou dele.
_Ele ta bem.

[Sem mudar a expressão]
_Felipe para o carro.

O carro parou num instante.

_O que foi Yan?
_O que foi? Vou te falar o que foi. Felipe, eu amava ele tanto quanto você, eu estou sentindo a falta dele tanto quanto você, mas acontece que você não pode parar sua vida por causa dele mew...
_Eu sei... mas eu devia estar lá, pra proteger ele...
_Você não tinha como saber... Ari sempre foi espontâneo Feh... lembra da felicidade dele, lembra das coisas boas.


Ele abaixou o rosto no volante

_Eu to aqui amor, vou te proteger também

Quando eu terminei de dizer aquilo, ele me disse as ultimas palavras que eu esperaria sair da boca dele...

_Eu não preciso da sua proteção!

Aquelas palavras me atingiram como um raio, fiquei sem reação, mas preferi não começar uma discussão, afinal, ele estava sensível e eu não queria piorar a situação.

_Eu posso muito bem me proteger sozinho!
_Ta bom Feh...

Continuou a dirigir sem mais uma palavra, e olhar para mim.
Ao chegar na praia, eu o levei para uma parte deserta, onde tinham umas pedras grandes que as ondas se chocavam contra.
Sentamos em uma das pedras, e ele olhou pra mim e disse...

_Me desculpa amor, não queria ter dito aquilo, é que é realmente difícil pra mim, o Ariel, era como se fosse meu irmãozinho, eu me sinto na obrigação de protegê-lo.
_Eu sei Feh, eu sei o quanto você gostava dele, mas você acha mesmo que ele está feliz vendo vocês sofrerem assim? Ainda mais o Ari, que era sempre feliz, sempre querendo a felicidade alheia...
_Eu sei amor...
_Feh, todos nós ficamos abalados, mas não da pra parar a vida...

Ele olhou pra frente, para o sol que fazia seu percurso rumo ao céu, para as ondas colidindo contra as pedras, eu segurei o rosto dele, direcionei para mim e disse...

_Feh, você tem que ser protagonista da sua história.
_Você sabe dizer as palavras certas nos momentos certos né. Até me espanto as vezes em ver o quanto você me conhece.
_Eu te amo Feh, e essa sua depressão, está me torturando.
_Você é o namorado mais perfeito do mundo lek...


Ele me abraçou forte, e me deu um demorado beijo, e pela primeira vez, não fui eu quem me acolhi em seus braços, ele deitou a cabeça no meu colo, como uma criança que acabara de perder seu ursinho de pelúcia, eu afaguei seus cabelos, e ali ficamos aproximadamente duas horas. Depois ele até conseguiu sorrir, andamos pela praia, o convenci novamente de comer algodão doce, e até brincamos um pouco na água. No final do dia, voltamos, felizes para casa.

Ao chegar na casa do Felipe, havia um táxi parado na frente do portão da casa dele.

_Ué, quem será?
_Acho melhor você entrar pra ver quem é.
_Mas você não ia dormir aqui?

A propósito, a escola estava em férias.

_Ah...mas e se for visita feh?
_Você dorme comigo mesmo.
_Mano, um dia seu pai vai pegar a gente na cama, to falando sério.
_Deixa de ser pessimista mlk, agora vamos entrar pra ver quem é.


Ao entrar, logo na frente da porta, duas pequenas malinhas de viagem, e quando chegamos há sala, vimos, o pai do Felipe sentado em um sofá, e um casal em outro, o homem aparentava ter la seus 37 anos, e a mulher, 40. Ele não era muito alto, aproximadamente 1,75 de altura, e a mulher menor, uns 1,60 ele possuía cabelos castanho claro, e ela, um louro meio forçado. Ambos com cara de rabugento, minha avaliação mental foi interrompida pela pergunta do felipe.

_O que vocês estão fazendo aqui?
_Viemos visitar o túmulo do nosso filho.


Quando ele disse isso, eu notei a semelhança, tirando as rugas e expressões fechadas, tinham os traços do Ariel. Logo que o homem disse isso, a mulher pos se a chorar.

_Agora vocês vem vê-lo? AGORA?
_Escuta aqui moleque, você pensa que é quem pra falar assim comigo?
_DEPOIS QUE VOCÊS ABANDONARAM ELE, QUEM CUIDOU DELE FUI EU.

Felipe foi andando, como quem fosse pra cima do tio, entrei logo no meio.

_Calma mlk ! Relaxa ae.
_Eu me arrependo taanto.

[chorava a mãe do Ariel]
_AGORA JÁ É TARDE TIA.
_Não admito que você fale assim com ela.
_VOCÊ É UM LIXO, UM NADA, QUE NÃO TEM RESPEITO POR NINGUEM.
_FELIPE PARA!


Eu nem lembrava mais que o pai do Felipe estava lá. Felipe saiu batendo pé, e subiu pro quarto dele. Eu, para não dar muito na cara, ainda fiquei um pouco na sala. Vendo o pai do Ariel acalmando a mulher e o pai do Felipe andando de um lado pro outro.
Subi as escadas, quando entro no quarto, muitas coisas jogadas no chão, e o Felipe, sentado de cabeça baixa na cama. Ajoelhei na frente dele e o abracei. Ele tremia de nervoso. Então achamos melhor irmos dormir na minha casa. Ao descer, vimos que os pais do Ariel e o Pai do Feh não estavam, provavelmente haviam ido ao cemitério. Ele deixou um bilhete pro pai, falando que iria dormir em casa.
Depois de sentir meu namorado, nós deitamos um do lado do outro, ele me abraçando bem forte...

_Nunca vou deixar que nada de ruim aconteça a você.
_Não esta ao seu alcance isso.
_Está sim, vou te proteger sempre, de tudo.
_Desse jeito você até me ofende. Eu sei muito bem me defender sozinho u.u
_É mesmo?


Ele me segurou com mais força ainda entre os braços dele.

_Duvido você sair daí.

Tentei, juro, mas ele era bem mais forte que eu.

_Ta bom, eu deixo, só um pouco.
_Te amo de mais Yan.
_Eu também.


Adormecemos...

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